«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Perguntaram a Mahatma Gandhi quais os factores que destroem os seres humanos.



"A Política, sem princípios; o Prazer, sem compromisso; a Riqueza, sem trabalho; a Sabedoria, sem carácter; os negócios, sem moral; a Ciência, sem humanidade; a Oração, sem caridade."

E continuou:
"A vida ensinou-me que as pessoas são amigáveis, se eu sou amável;
que as pessoas são tristes, se estou triste;
que todos me querem, se eu os quero;
que todos são ruins, se eu os odeio;
que há rostos sorridentes, se eu lhes sorrio;
que há faces amargas, se eu sou amargo;
que o mundo está feliz, se eu estou feliz;
que as pessoas ficam com raiva quando eu estou com raiva;
que as pessoas são gratas, se eu sou grato;
A vida é como um espelho: se sorri para o espelho, ele sorri de volta. A atitude que eu tomo perante a vida é a mesma que a vida vai tomar perante mim."

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

FADO - PATRIMÓNIO IMATERIAL DA HUMANDADE



GUERNICA - PICASSO


Como é difícil escolher uma obra de arte entre tantas que se gosta, nos diversos movimentos artísticos! Acabei por escolher «GUERNICA» de Picasso, pelo protesto e denúncia contra a violência, a guerra e a barbárie: "O quadro converte-se numa manifestação da cultura na luta política, ou melhor dizendo, no símbolo da cultura que se opõe à violência: Picasso opõe a criação do artista à destruição da guerra».
Donde vem a genial monumentalidade que faz de Guernica uma obra tão singular? O seu poder advém da carga emotiva que possui. Efectivamente, o painel não representa o próprio acontecimento, o bombardeamento de Guernica, mas "evoca, por uma série de poderosas imagens, a agonia da guerra total". A destruição de Guernica foi a primeira demonstração da técnica de bombardeamentos de saturação, mais tarde empregue na II Guerra. Picasso já em fase pós-cubista, consegue aqui tornar o acto pictórico na narração objectiva da ideia que formou perante o acontecimento e da emoção que sentiu. Com ele,"a pintura carrega consigo o seu património de experiências emocionais" deixando de ser "um ideal abstracto de beleza formal ou de representação lírica da aparência visível".

Tecnicamente tudo em Guernica contribui para a transmissão de emoções avassaladoras a começar pelo uso da técnica de "collage" de que Picasso e Braque tinham sido pioneiros em 1911-12 e que o primeiro aqui retoma, já não "colando" objectos na superfície do quadro mas pintando como se fizesse colagens; com este Cubismo de Colagens cria-se um conceito de espaço pictórico radicalmente novo não criado por nenhum artifício ilusionista mas pela sobreposição dos "recortes" planos, neste caso especifíco em tons de preto e cinzento atravessados por claridades brancas, numa total ausência da cor, inexoravelmente evocativa da morte.

A par disso, Picasso recorre a formas dramáticas, violentas, a fragmentações e metamorfoses anatómicas que se por um lado criam figuras que não aderem a nenhum modelo "real", por outro exprimem toda a realidade e agonia da dor insuportável. A comprovar isso atente-se nas várias figuras que o pintor representa neste quadro que aparentemente livre, obedece contudo a um rigoroso esquema em termos de construção (imagine-se a tela dividida em 4 rectângulos, com um triângulo cujo vértice corresponde ao eixo vertical que a divide em duas partes iguais): a mãe chorando a morte do filho (descendentes da Pietà...) e o ameaçador touro de cabeça humana, no 1º rectângulo, o "olho" luminoso do candeeiro que derrama uma luz inóspita (no 2º), a mulher com a lâmpada na mão recordando-nos a Estátua da Liberdade, (no 3º) e o homem que em desespero levanta os braços ao céu (no 4º). Repare-se ainda no cadáver empunhando a espada partida (um emblema da resistência heróica) e o cavalo ferido que aparece no referido triângulo. O cavalo é à semelhança do touro uma figura saída da mitologia espanhola; representa o povo que agoniza sob o jugo opressor do touro, símbolo da brutalidade, das forças do mal.

consulta: internet

sábado, 26 de novembro de 2011

VOLTANDO A CHARLES CHAPLIN

O BARBA AZUL / Monsieur Verdoux
Charles Chaplin (1947)

A partir de 1944, Chaplin trabalhou em O Barba Azul. O ponto de partida da ideia para o filme é contado nos seguintes termos por Peter Cotes e Thelma Niklaus:
Orson Welles jantava uma noite com Chaplin e, como sempre, a conversa acabou por cair no cinema. Da discussão nasceu uma sugestão: uma colaboração Welles-Chaplin para fazer um filme sobre Landru, o barba-azul francês, podia marcar uma data na história do cinema. Na euforia do jantar, Chaplin achou a ideia interessante e perfeitamente realizável, mas no dia seguinte de manhã o seu espírito levou-o a reconsiderar. Sentia que um trabalho em comum com Welles não era possível, pois eram ambos realizadores ciosos da sua liberdade de acção. Porém, a história de Landru tinha-o interessado e a sua imaginação trabalhava constantemente sobre este tema. Chaplin trabalhou sobre esta ideia vários anos. Maurice Bessy conta na sua obra o epílogo da colaboração entre os dois cineastas. Deve-o, sem dúvida, a Robert Florey, que foi o realizador associado de O Barba Azul e tratado por Chaplin com a mesma desenvoltura.
Quando acabou O Barba Azul, Chaplin convidou Welles para jantar e pediu-lhe para renunciar a ser mencionado no genérico. Um filme de Chaplin é um filme de Chaplin, seja qual for a personalidade dos seus colaboradores. Orson Welles aceitou sem discutir.



sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Amigos - Vinícius de Morais


Tenho amigos que não sabem o 
quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes
 
devoto e a absoluta
necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais
 
nobre do que o amor,
eis que permite que o objeto dela
 
se divida em outros afetos,
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme,
 
que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar,
 
embora não sem dor,
 
que tivessem morrido todos os
 
meus amores, mas enlouqueceria
 
se morressem todos os meus amigos!

Até mesmo aqueles que não percebem
 
o quanto são meus amigos e o quanto
 
minha vida depende de suas existências ....
A alguns deles não procuro, basta-me
 
saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir
 
em frente pela vida.

Mas, porque não os procuro com
 
assiduidade, não posso lhes dizer o
 
quanto gosto deles.
 
Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão ouvindo esta crônica
 
e não sabem que estão incluídos na
 
sagrada relação de meus amigos.

Mas é delicioso que eu saiba e sinta
 
que os adoro, embora não declare e
 
não os procure.
E às vezes, quando os procuro,
 
noto que eles não tem
noção de como me são necessários,
 
de como são indispensáveis
 
ao meu equilíbrio vital,
 
porque eles fazem parte
 
do mundo que eu, tremulamente,
construí e se tornaram alicerces do
 
meu encanto pela vida.

Se um deles morrer,
 
eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam,
 
eu rezo pela vida deles.
E me envergonho,
 
porque essa minha prece é,
 
em síntese, dirigida ao meu bem estar.
 
Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos
 
sobre alguns deles.

Quando viajo e fico diante de
 
lugares maravilhosos, cai-me alguma
 
lágrima por não estarem junto de mim,
 
compartilhando daquele prazer ...
Se alguma coisa me consome
 
e me envelhece é que a
roda furiosa da vida não me permite
 
ter sempre ao meu lado, morando
comigo, andando comigo,
 
falando comigo, vivendo comigo,
 
todos os meus amigos, e,
 
principalmente os que só desconfiam
 
ou talvez nunca vão saber
 
que são meus amigos!

A gente não faz amigos, reconhece-os.



quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O GRANDE DITADOR - FILMES QUE NUNCA SE ESQUECEM

O GRANDE DITADOR / The Great Dictator
Charles Chaplin (1940)

Nos filmes de Charles Chaplin a intenção satírica é mais ou menos viva, mais ou menos precisa, mas é através dela que o autor se coloca na linha dos grandes autores cómicos que, de Molière a Daumier, se têm servido da arte para pintar os defeitos do homem.
Sabemos bem até onde Molière, por exemplo, levou a lição e os aborrecimentos que lhe valeu o facto de pintar sem contemplação os costumes dos seus contemporâneos e as características do seu espírito. Chaplin também se encontra nesta tradição, já em 1937, alguns anos depois do triunfo de Hitler na Alemanha, anunciara que preparava um filme sobre o assunto. No outro lado do Reno compreendeu-se imediatamente o perigo que esta arma representava. O adversário era capaz de fazer rir o mundo inteiro à custa do seu futuro senhor, o que não deixaria de ofuscar o seu prestígio. Há muito tempo já que Chaplin fora banido dos cinemas alemães, mas desta vez pretendiam pôr em execução o seu projecto. O cônsul alemão de Los Angeles fez várias diligências, houve discussões diplomáticas e até ameaças contra a pessoa de Chaplin. Este não desistiu da sua ideia, mas compreendeu os perigos que os acontecimentos iriam fazer correr ao seu filme.

Chaplin pôs à mostra tudo o que havia de falso, de artificial, de vaudevillesco, nesta farsa atroz do Eixo. Porque tanta força brutal, tanta crueldade e ódio constituíam um erro monumental que não se podia impor sem que fossem totalmente falseados todos os dados humanos. 

domingo, 20 de novembro de 2011

BEIJOS DA BENETTON


As campanhas publicitárias da Benetton têm sempre um cunho irreverente e provocador, debruçando-se sobre os problemas sociais e tabus.
A última voltou a fazer tremer o Vaticano, depois de há alguns anos mexerem com a igreja católica fazendo um cartaz de um padre e uma freira a beijarem-se é mesmo o papa a beijar apaixonadamente o imã da Universidade do Cairo. 


O grupo retirou esta imagem, mas continuaram os beijos de Obama e Hu Jintao, Sarkozy e MerKel….