«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

LUGARES SAGRADOS DO ISLAMISMO


A Caaba, um edifício situado dentro da mesquita principal de Meca na Arábia Saudita, é o local mais sagrado do Islão. De acordo com o Alcorão, ela foi construída por Abraão, para que todas as pessoas fossem ali celebrar os ritos da Hajj. No tempo do profeta Maomé, o monoteísmo instituído por Abraão, tinha sido corrompido pelo politeísmo e pela idolatria. Segundo o islamismo, Maomé não procurou fundar uma nova religião, mas antes restabelecer o culto monoteísta ,que existia no passado. O islamismo não nega directamente o judaísmo e o cristianismo, pelo contrário considera-os, uma versão antiga e perdida. O Islão é a restauração da verdade divina.
O segundo local sagrado do islamismo é Medina, cidade para a qual Maomé e os primeiros muçulmanos fugiram e onde se encontra o seu túmulo.
A cidade de Jerusalém é o terceiro local sagrado do Islão. Este estatuto advém da sua associação aos profetas anteriores a Maomé e sobretudo pelo facto dos muçulmanos acreditarem, que o profeta teria viajado para este local durante a noite, cavalgando um ser denominado Buraq, numa viagem conhecida como Isra. Uma vez em Jerusalém, ele teria ascendido ao céu, onde dialogou com Deus e com outros profetas, entre os quais Moisés. No local de Jerusalém onde se acredita que Maomé subiu ao céu, foi construída a Cúpula da Rocha, sobre as ruínas do antigo Templo de Salomão dos judeus.
Os muçulmanos xiitas consideram ainda como sagradas, as cidades de Karbala e Najaf, ambas no Iraque. Na primeira ocorreu o martírio de Hussein (filho de Ali e neto de Maomé) e dos seus companheiros, quando este contestava o califado omíada. No Irão, devem também ser salientadas duas cidades sagradas para os xiitas: Mashhad e Qom.

OUTROS ASPECTOS DO ISLAMISMO - LEI ISLÂMICA (XARIÁ)
O Alcorão é a mais importante fonte da jurisprudência islâmica, sendo a segunda a Suna ou exemplos do profeta. A Suna é conhecida graças aos ahadith, que são narrações acerca da vida do profeta ou o que ele aprovava, que chegaram até nós, graças a uma cadeia de transmissão oral a partir dos Companheiros de Maomé. A terceira fonte de jurisprudência é o itjihad ("raciocínio individual"), à qual se recorre quando não há resposta clara no Alcorão ou na Suna, sobre um dado tema. Neste caso o jurista pode raciocinar por analogia, para encontrar a solução. A quarta e última fonte de jurisprudência é o consenso da comunidade. Algumas práticas também chamadas de "charia", têm também algumas raízes nos costumes locais.
A jurisprudência islâmica está dividida em duas partes: o estudo das fontes e metodologia e as regras práticas.
O ISLÃO NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
Há mais sunitas, do que xiitas. O Islão é a segunda religião com maior número de fiéis, atrás apenas do cristianismo, estudos concluíram que o islamismo está a crescer mais rapidamente em número de crentes, de que qualquer outra religião.
O Islão reúne hoje entre 1 a 1,3 bilião de crentes. Apenas 18% dos muçulmanos vive no mundo árabe, um quinto encontra-se espalhado pela África subsariana, cerca de 30% vive no Paquistão, Índia e Bangladesh, e a maior comunidade nacional encontra-se na Indonésia. Há significantes populações islâmicas na China, Ásia Central, e Rússia.
A Áustria foi o primeiro país europeu a reconhecer o Islão, como uma religião oficial em 1912, enquanto que a França tem actualmente a população mais elevada de muçulmanos da Europa Ocidental.
Em Portugal, existe igualmente uma comunidade muçulmana, são na sua maioria naturais das antigas colónias portuguesas de Moçambique e da Guiné-Bissau, que se fixaram em Portugal, após a independência desses territórios. O Islão xiita ismailita, também está presente em Portugal, tendo a sua sede no Centro Ismaili de Lisboa, construído pela Fundação Aga Khan. Na Guiné-Bissau, o Islão penetrou na Idade Média, tendo as ordens sufistas desempenhado um importante papel na sua difusão. Reúne hoje cerca de 45% da população. Outro país africano de língua oficial portuguesa, com um número significativo de muçulmanos, é Moçambique (17,8%).
O islamismo contemporâneo é dominado pelo tradicionalismo, preocupado com a manutenção de rituais e práticas antigas, como o uso do véu pelas mulheres. Existem correntes, que pretendem modernizar o Islão, que são principalmente activas nos Estados Unidos da América.
A actual jurisprudência islâmica é conservadora e muitos académicos muçulmanos islâmicos, acreditam numa renovação e que os juristas clássicos deveriam perder o seu estatuto especial. Este movimento não pretende alterar os pontos fundamentais do islamismo, mas sim evitar más interpretações e libertar o caminho para um centro de pensamento moderno e de liberdade.
À semelhança do que acontece no judaísmo e no cristianismo, o islamismo é também marcado pela existência de movimentos ditos integristas ou fundamentalistas.
PERSPECTIVA ISLÂMICA DE OUTRAS RELIGIÕES
O islamismo reconhece elementos de verdade no judaísmo e no cristianismo. Todos os profetas do judaísmo, são reconhecidos também como profetas no Islão, assim como Jesus Cristo, que de acordo com a perspectiva muçulmana, teria anunciado a vinda de Maomé. Para os seguidores destas duas crenças, o Alcorão reservou a noção de "Povos do Livro", estabelecendo que devem ser tolerados, devido ao facto de possuírem escrituras sagradas. Porém, se o Islão reconhece o papel preparatório do judaísmo e do cristianismo, considera igualmente que os seguidores destas religiões, acabaram por seguir caminhos errados. Os judeus procederam mal ao adorarem o bezerro de ouro, tendo-se tornado idolatras, enquanto que os cristãos erraram ao considerar Jesus, filho de Deus, assim como, de defenderem doutrinas, como a da Santíssima Trindade
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