«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

JAIME ISIDORO (1924-2009)

Morreu hoje Jaime Isidoro, um pintor que eu muito aprecio e com quem várias vezes conversei.
Nascido no Porto, Jaime Isidoro manteve em paralelo com a sua carreira de pintor, uma vasta acção de animador cultural, galerista, professor, estando ligado a momentos fundamentais da história das artes plásticas, na cidade do Porto e no país.
Fundou, em 1954, a Galeria Alvarez, por onde passaram alguns dos mais importantes e interessantes nomes da arte portuguesa. [ONDE VI MUITAS EXPOSIÇÕES, ASSIM COMO RECITAIS DE POESIA E DE MÚSICA ].
A carreira do pintor de Jaime Isidoro, situa-se em dois momentos afastados no tempo, que demarcam duas fases diferenciadas: uma primeira situada, entre meados dos anos 40 e meados dos anos 50, e uma segunda desenvolvida a partir da segunda metade da década de 80, até à actualidade.
Na primeira fase, Jaime Isidoro foi largamente premiado, tendo recebido praticamente todos os prémios institucionais, então atribuídos na sua área.
Evidenciando um interesse especial pela concretização de projectos culturais inovadores, promoveu os Encontros Internacionais de Arte nos anos 70 e editou na mesma época, a Revista de Artes Plásticas, que teve colaboração dos principais críticos e artistas portugueses daquele período.
Jaime Isidoro, foi o fundador e principal responsável, da Bienal de Cerveira em 1980. [QUE EU VÁRIAS VEZES VISITEI] Tornando a Bienal num dos grandes acontecimentos do calendário internacional das Artes Plásticas.
Em 1999, no âmbito da X Bienal de Vila Nova de Cerveira, foi-lhe prestada uma grande homenagem.
Os especialistas e historiadores de arte, reconhecem na obra de Jaime Isidoro "a prática exímia da aguarela, uma obra versátil, que conjuga uma delicada aprendizagem académica, com um claro sentido inovador".
As suas obras sobre o Porto, encontram-se entre as que melhor souberam dar expressão iconográfica à cidade, de acordo com a crítica.
Sem nunca sair de uma matriz considerada tradicional, permitiu-se, em diferentes momentos da sua carreira e com certa contenção, assinar obras onde a ousadia deixa uma marca importante.
A Câmara de Gaia prestou-lhe homenagem com uma grande exposição antológica com 90 quadros, exclusivamente extraídos da colecção privada do pintor, que estiveram patentes na Casa-Museu Teixeira Lopes, em Gaia entre 08 de Dezembro de 2006 e 07 de Fevereiro de 2007. [QUE EU VISITEI]. Em entrevista concedida nessa ocasião, o pintor portuense, referiu que a mostra era constituída por obras representativas das várias fases da sua pintura, incluindo aguarelas, óleos e colagens. Algumas delas estavam ainda assinadas por J. Gaspar, a assinatura que Jaime Gaspar Isidoro usou na sua primeira exposição individual e que depois mudou para J. Isidoro.
«A arte não se pode definir, é um mistério, até porque é uma das manifestações mais transcendentes do espírito É um acto íntimo em que o artista desbrava o desconhecido».

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